Só 30% dos professores da rede estadual são efetivos e convocado ganha bem menos

Estado que melhor paga professor no Brasil, MS tem a maior diferença salarial entre temporários e concursados

CAMPOGRANDENEWS


Foto Divulgação

Só 30% dos professores que atuam nas 348 escolas estaduais são concursados. Mato Grosso do Sul é o sexto estado brasileiro com menor percentual efetivos na Rede Estadual de Ensino, conforme pesquisa divulgada pelo portal Todos pela Educação nesta quinta-feira (25). 

O estudo feito nas redes estaduais brasileiras aponta ainda que nos últimos dez anos, o Estado perdeu 10% do quadro de concursados, enquanto aumento em 13% a quantidade de contratações temporárias para suprir a demanda das escolas.

O Rio de Janeiro é o Estado com maior percentual de concursados - 96%. Pará. Rio Grande do Norte, Bahia e Amazonas também têm mais de 90% efetivos.

O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, afirma que a rede hoje têm 10 mil professores convocados e 7 mil efetivos. Para ele, a pesquisa mostra realidade que é “muito ruim”. “Para nós não foi surpresa porque a gente acompanha. Esses dados são de 2023. Teve uma pequena melhora, porque do ano passado para cá, foram empossados 1.050 novos concursados. De qualquer maneira é ruim, muito ruim para a Educação”. 

O professor e sindicalista explica que o reflexo está nas salas de aula. “Isso prejudica a qualidade do ensino da escola pública, não por causa do temporário, mas porque ele não sendo concursado, não faz todas as formações continuadas, não cria vínculo com a comunidade escolar”, exemplifica.

O secretário estadual de Educação, Helio Daher, explica que essa é uma realidade do Brasil e faz ponderações no mesmo sentido que Teixeira. “A gente tem de tomar cuidado com a impressão que uma pesquisa assim causas. Não pode ser vista como uma crítica à capacidade do professor, não tem a ver com competência. Mas, o temporário tem a rotatividade e o efetivo permanece mais tempo na escola, criando vínculo com aquele grupo. Isso com certeza têm reflexos”.

“O estudo ainda discute os potenciais impactos que vínculos de caráter temporário podem ter na Educação brasileira. Três aspectos podem explicar os possíveis impactos negativos de professores temporários sobre os resultados dos estudantes: a alta rotatividade docente - que pode prejudicar o vínculo com a comunidade escolar e o efetivo desenvolvimento dos estudantes - os processos seletivos utilizados pelas redes de ensino, que em sua maioria não utilizam boas etapas de seleção e as condições de trabalho dos professores - que podem ser piores que a dos efetivos”, também informa o Todos pela Educação no levantamento. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

 



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